Mourão é elevado ao grau 33 da maçonaria e exalta atuação da sociedade fechada

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) foi graduado no mais alto nível da maçonaria no último dia 19 de outubro. A cerimônia da entidade ocorreu na cidade de Ijuí (RS), mas não transcorreu sem levantar polêmicas.

A maçonaria é uma sociedade fechada com regras e ritos que são mantidos sob uma cortina de mistério. No meio cristão, há uma divergência quanto à sociedade, com opiniões contrárias e favoráveis em todas as correntes teológicas.

Mourão é maçom há mais de duas décadas, mas até semanas atrás, possuía apensa o grau três. No dia 05 de outubro, ele foi elevado ao grau 32, o penúltimo da hierarquia da sociedade. Duas semanas depois, foi condecorado com o grau 33, o máximo na maçonaria, tornando-se Grande Inspetor-Geral da Ordem, numa cerimônia com maçons de alto escalão do Haiti, da Argentina e do Paraguai.

Segundo informações do jornal O Globo, agora Mourão foi convidado a receber a comenda “comércio e artes na Idade de Ouro”, a maior honraria concedida pela Loja Comércio e Artes, a mais antiga sede maçônica do Brasil. A cerimônia será realizada no dia 18 de novembro.

Por outro lado, há maçons que veem a ascensão de Mourão com maus olhos, já que ele não passou o período mínimo entre uma condecoração e outra, que é de um ano. Tal crescimento só foi visto no Brasil durante o Império, quando Dom Pedro I passou de iniciado a Grão-Mestre Geral do Brasil em questão de dias.

“Uma parte dos maçons avalia que a ascensão teve motivação política, tendo em vista que Mourão, até se eleger vice-presidente da República, percorrera apenas os três primeiros graus na hierarquia maçônica. Há, no entanto, um grupo simpático à promoção do general, uma vez que a importância dele no cenário público justificaria o rápido escalonamento”, informou Lilian Tahan, no portal Metrópoles.

A verdade é que o general da reserva do Exército tem sido homenageado na maçonaria de maneira intensa desde que chegou à vice-presidência. Uma dessas homenagens ocorreu na Confederação Maçônica do Brasil (Comab), da qual Mourão faz parte. Em outra ocasião, foi diplomado e recebeu medalha de reconhecimento maçônico pela loja à que é filiado: República de França.

“O militar foi condecorado ainda com a medalha de Benemérito pelo tempo de relevantes serviços prestados à Ordem Maçônica. A Comab tornou-se a última potência a ser reconhecida pela Grande Loja Unida da Inglaterra, com suas oficinas passando a integrar a List of Lodges desta instituição inglesa, que regula a maçonaria em todo o mundo”, acrescentou Tahan.

Em julho último, quando compareceu ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, Hamilton Mourão teceu elogios à sociedade fechada da qual faz parte: “A maçonaria – que como toda sociedade com suas particularidades – procura preservar esse ethos. Mas, na realidade, a maçonaria é um conjunto de homens livres, de bons costumes, que se reúnem para não só debater os problemas nacionais, mas também buscar auxiliar as pessoas. A maçonaria faz um trabalho social muito grande e desconhecido”, resumiu.

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