O ESFORÇO CULTURAL PARA ENDIREITAMENTO DA SOCIEDADE BRASILEIRA

Por Erick Guerra, O Caçador

     Antes de mais nada, é necessário que se definam alguns conceitos fundamentais trabalhados no presente ensaio:

     Esforço Cultural – Esforço cultural é o movimento de construção de uma cultura engajada de expressão direita conservadora, incluindo a erradicação da degeneração artístico-cultural de viés marxista. Sinônimo positivado de “guerra cultural” ou “disputa ideológica”;

Endireitamento – Substituição de idéias e atitudes de esquerda por seus equivalentes opostos de direita. Também refere-se à substituição de ONG’s e instituições culturais, nos mesmos termos, bem como à mudança de orientação de gestão nas instituições estatais. Endireitamento é “desesquerdização” somada à construção de uma “atitude de direita”;

  Sociedade Brasileira – Comunidade de brasileiros em permanente rede de relacionamento entre si, habitando em território nacional ou não. Organismo vivo e interdependente, que compartilha uma identidade nacional brasileira (étnica, cultural, religiosa, política, etc) e convive em coletividade organizada.

    Como diz o título, trataremos aqui da concepção de esforço cultural para endireitamento da Sociedade Brasileira.

    A condição do Brasil após uma sucessão de governos de esquerda ideológica é lastimável: desde o fim do Regime Militar (1984), o Brasil tem decaído a olhos vistos, com o processo de apodrecimento da Sociedade agravando-se sobremaneira nos últimos 30 anos. Nesse período, governou uma coalizão liderada pelo PSDB (esquerda gramscista) e PT (esquerda sindical), com apoio do PMDB (oposição moderada durante o Regime Militar, que assumiu o papel de “centro”, nas últimas décadas). Essa tríade, articulada entre si, promoveu uma verdadeira esquerdização da política nacional, resultando na virtual inexistência de partidos políticos de direita, num cenário repleto de partidos anões e siglas-fantoche fazendo o papel de coadjuvantes no aparelhamento das Instituições Públicas por quadros de esquerda (1) e na implantação da corrupção como forma “normal” de fazer política (2). O espectro político-partidário brasileiro das últimas décadas vai de “centro” até “esquerda extremista”, passando por diversos matizes de vermelho…

    Tal hegemonia política só pôde ser obtida através de paciente e capilarizado bombardeio artístico/cultural/ideológico de orientação marxista. Para esse fim, a esquerda trabalhou com artistas, sindicalistas, professores universitários e profissionais de imprensa, inoculando principalmente a juventude em fase de formação e a população sem esclarecimento. Após mais de duas décadas de prática constante, a estratégia deu frutos nos anos 90, quando a esquerda gramscista chegou à Presidência da República, com Fernando Henrique Cardoso. Aproveitando essa oportunidade histórica, o sociólogo trabalhou eficientemente no sentido do aparelhamento das Instituições Republicanas e do sucateamento da máquina estatal, principalmente das Forças Armadas (tradicionais guardiãs da Sociedade Brasileira). Os dois mandatos do PSDB prepararam o terreno para que a ala mais radical da esquerda chegasse ao Poder (com Lula e, posteriormente, com Dilma Roussef). Durante a Era PT, a corrupção chegou a um nível tão capilarizado, que desvios de verbas públicas foram orquestrados de Brasília até o nível municipal, através de “programas sociais” que misturavam ladroagem com assistencialismo eleitoreiro. Quase todo o corpo de políticos nacionais aderiu à cleptocracia  (governo dos ladrões), finalmente desnudada pela Operação Lava-Jato.

    Enquanto tudo isso acontecia, é importante frisar que a esquerda desfrutava de grande apoio popular, insuflado por mídias de massa a soldo do governo e, é claro, pelos prepostos dos esquemas criminosos em vigor. Por exemplo, muitos votos foram ganhos pela esquerda através do cadastro no Bolsa-família de pessoas que não necessitavam, realmente, do auxílio: dezenas de milhares de fraudes desse tipo foram constatadas. Ativistas de esquerda dominaram as redes sociais e uma miríade de blogueiros receberam cargos públicos comissionados para trabalhar no único objetivo de vencer a guerra cultural e calar qualquer oposição à visão de mundo esquerdista ou às suas práticas correntes. A esquerda investiu, e muito, na guerra cultural, tendo virtualmente nenhuma oposição –  e é justamente essa a explicação da expressão política que teve e que ainda tem em nosso País, unindo em torno de sua bandeira equivocada milhões de pessoas iludidas ou de mau-caráter professo.

    No momento de auge petista, a inclusão dos quadros de esquerda na máquina pública atingiu um ápice, resultando no agravamento da incompetência para as atividades-fim (comum no serviço público atual) e, pior, na infestação de critérios partidários de esquerda em qualquer processo seletivo ou de avaliação. Não obstante, todos esses governos nefastos foram eleitos e reeleitos democraticamente, o que comprova a eficiência das táticas e estratégias de guerra cultural da esquerda na conquista das massas. O sucesso político vermelho também atingiu Estados e Municípios, como era de se esperar.

Com efeito, as discussões de “valores sociais”, no Brasil, tornaram-se mera “implantação orquestrada” da pauta da esquerda militante, dentro de sua agenda de apodrecimento do corpo social, para fins “revolucionários”. Valores de esquerda como o “rouba, mas faz”, aborto, direitos humanos (só para criminosos), uso de drogas ilícitas e “empoderamento” das escórias sociais foram magistralmente ministrados pelos agentes esquerdistas, de modo que a leniência com o crime e a corrupção política tornou-se bandeira declarada de movimentos de massa e houve substanciais mudanças nas leis, garantindo a hegemonia jurídica dos elementos marginais da sociedade em detrimento da população de bem. Grupos terroristas e milícias violentas de esquerda foram todo o tempo alimentadas com dinheiro público e estimuladas a levar o caos à sociedade. A idéia de “luta” rachou as famílias (mulheres X homens, filhos X pais), dividiu as pessoas (negros X brancos, gays X héteros) e prejudicaram as relações de trabalho (empregados X patrões): dividindo para governar, a esquerda tencionava criar um colapso social e tomar o Poder ditatorialmente, sob a égide de “arrumar a casa” (a exemplo do que sucedeu na vizinha Venezuela).

   Nunca é demais salientar que o alicerce fundamental de toda a estratégia da esquerda é a aplicação das teses de Antônio Gramsci, comunista italiano que propôs a revolução marxista pela ocupação (aparelhamento) das escolas, do meio cultural e do judiciário. Tal como a aplicação mais completa da teorias econômicas de John Maynard Keynes aconteceu na Alemanha nazista, o Brasil foi o palco do mais eficiente golpe gramscista num Estado-Nação.

    Não obstante, como saldo desse triste processo algumas lições de proveito podem ser tiradas:

  1. A conquista da imaginação popular é o caminho para alcançar objetivos políticos;
  2. O consentimento do povo é conquistado pela legitimidade moral das ações políticas;
  3. A chave para a imaginação popular e para a obtenção da legitimidade moral é uma bem-sucedida atuação na guerra cultural, pois tanto os valores, como as aspirações coletivas são influenciáveis pela persuasão e propaganda.

    Não se pode negar que, por três décadas, a esquerda brasileira conseguiu excelentes resultados eleitorais e expressiva legitimidade moral a seus atos (mesmo tendo a hercúlea tarefa de construir por si uma moral deturpada, que exalta a rebeldia, a decadência e a rapina do dinheiro público e dos bens alheios). Sim, o Brasil foi esquerdizado profundamente.

    Porém, numa reviravolta do destino, o pêndulo oscilou: a maioria da população escolheu brecar a decadência de nossa Nação, elegendo como Presidente da República um homem compromissado em desconstruir o trabalho da Esquerda. Com Jair Bolsonaro, o Brasil felizmente tem oportunidade de sanear suas instituições e de resgatar os valores saudáveis para uma sociedade que almeja melhorias. Isso, desde que a direita ideológica consiga realizar o esforço cultural bem-sucedido.

Como realizar adequadamente o esforço cultural para endireitar o Brasil é a questão fundamental do momento: Isso porque Jair Bolsonaro, com todos os seus méritos, é apenas um homem. Com efeito, a esquerda já tentou até assassiná-lo e, certamente, tentará novamente – contando com a ajuda de seus aliados ligados ao terrorismo islâmico e às narcoguerrilhas vizinhas. Outro bom motivo para engajamento imediato é que, independente do sucesso eleitoral dos conservadores nas eleições de 2018, é possível que a esquerda consiga se reerguer, pois ainda tem vários Estados como redutos e, indubitavelmente, desfruta de grande vantagem atual na guerra cultural, após tantos anos de hegemonia e doutrinação. O antipetismo de 2018, pode não se repetir em 2020 e 2022, pois a política é volátil e subestimar a capacidade mesmerizante dos charlatões políticos marxistas seria um erro crasso.

Sem mais delongas, se queremos matar a hidra vermelha, teremos de cortar cada uma de suas cabeças e cauterizar implacavelmente os cotos. O que se segue é um esboço geral de esforço cultural para dar cabo dessa tarefa.

     Primeiramente, devemos estabelecer razoavelmente os padrões de comportamento aceitáveis entre as pessoas, dar cânones para que essas pessoas percebam as realidades sociais e, muito importante, definir o que é uma vida boa – dentro dos valores da direita conservadora. Essa cosmovisão própria será a matriz da construção do imaginário de direita, ou seja, é principalmente através dessa proposta de construção do próprio ser individual, da família, da comunidade e da Pátria que canalizaremos em nosso favor as forças vivas da Sociedade Brasileira. As ações eleitorais, legislativas ou quaisquer outras de esfera política terão como fundamento e justificativa essa matriz do imaginário coletivo. Em outras palavras, essa será a agenda que colocaremos permanentemente em pauta de discussão na sociedade, em substituição das ridículas agendas da esquerda. Isso implica em tomar a iniciativa e ventilar tais e quais assuntos através de mecanismos culturais apropriados.

    É a partir dessas bases que devem se desenvolver os meios para colocá-las em prática. Aí entram os movimentos sociais, as ONGs e as instituições culturais de direita, constituindo uma teia articulada capaz de sufocar os movimentos equivalentes de esquerda em seu próprio nicho. Estamos falando de substituir gradualmente a cultura decadente de esquerda por uma outra atmosfera, com aura de ordem e progresso.

A missão é criar uma cultura direita, baseada na honestidade, disciplina consciente, capacidade de realizar esforços por algo além do interesse próprio e visão de Brasil acima de tudo; O bom, o belo e o verdadeiro devem voltar a ser os parâmetros norteadores das aspirações humanas; A moral das estórias deve ensinar que o mal não compensa e o bem vence, no final. Nesse sentido de esforço cultural, a ideologia como mera literatura ou puro exercício intelectual deve ficar estritamente atrelada a uma prática que a respalde e justifique. Melhor dizendo: a palavra convence, o exemplo arrasta!

    Nos interessa que intelectuais de ação tornem-se símbolos e exemplos para a população menos esclarecida, mas desejosa de mudanças e pronta a apoiá-las – desde que cativadas por pessoas com carisma e competência. Não falamos aqui de doutrinação ideológica “escancarada” – mas de arte, cultura e movimentos sociais com cânones de direita, feitos para exaltar um imaginário nacional condizente com as reformas que propomos. Nesse aspecto, uma bela música orientada pode ter mais ressonância que um discurso político explicando determinado tema; Uma piada que ridicularize a ideologia ou uma liderança adversária pode ter mais valor prático do que um livro narrando a história nefasta do socialismo no mundo. É que o povo, em geral, não se atém a intelectualidades, mas consome avidamente entretenimento.

    As pessoas se alimentam de sonhos e ideais, mais do que das abstrações racionais, por isso a ênfase sempre necessária nas linguagens do inconsciente: imagens, canções e vivências positivas que possam servir de referência comum e ser citadas em reuniões sociais, que formem um recurso inspirativo e motivador no sentido das matrizes de direita. Para os que têm gosto pelas idéias, que se exorte uma mentalidade prática: é preciso tornar o pensamento de direita um insumo, um ingrediente temático, um produto artístico-cultural. Acessar o coração das pessoas é mais eficiente, em termos de convencimento e cooptação política, do que tentar instruí-las intelectualmente para mudar seu sistema de crenças.

    O que deve ficar claro no esforço cultural é que o elo com a população não é efeito colateral da exposição de uma “verdade” ideológica. O próprio elo é que é o objetivo principal do ativismo, pois a verdade das massas é exatamente aquela que captada, trabalhada em termos de uma cosmovisão de direita e ressoada de forma articulada, nos levará a vencer eleições e ter apoio e legitimidade popular para os atos da nossa gestão. Precisamos agregar militantes inteligentes, que capturem o sentimento das ruas e redes sociais, pincelando-os nas notícias, obras de arte e ações sociais. O esforço cultural para endireitar a sociedade é dar insistentemente uma ótica de direita aos meios populares, mostrando alternativas viáveis para suas aflições e desejos. Nisso, especial atenção com a classe média, pois é nela que estão os mais influentes formadores práticos de opinião pública. Outro público-alvo que demanda interesse é o dos adolescentes em idade escolar e jovens adultos, de onde saem os militantes mais fervorosos e os potenciais expoentes sociais do futuro.

    Conseguido o elo com a população, a meta passa a ter duplo direcionamento: o primeiro é a criação de uma rejeição às idéias e atos da esquerda, através de uma propaganda negativa tão insistente, ferina e oportuna que conduzirá a vontade dos grupos humanos ao segundo objetivo, qual seja, o fortalecimento das agremiações participativas de direita, visando a derrota total da esquerda como ideal e como força política. Através do esforço cultural, os objetivos se retroalimentam.

    Esse trabalho inclui duas áreas distintas: o campo da administração pública/forma de fazer política e o campo comportamental. O primeiro campo importa para a governabilidade e conquistas na esfera política, enquanto o segundo é o que mais mobiliza a sociedade. De fato, a estratégia de esforço cultural deve ser proativa e construir táticas mutantes nessas duas esferas, de forma a tomar as iniciativas capazes de anular os esforços da esquerda em monopolizar a atenção pública e criar crises artificiais.

    Esforço cultural é transmissão perene de ideário de direita aos grupos sociais, através da produção cultural.

    Por exemplo, numa notícia, peça teatral ou filme sobre qualquer tema, a esquerda ou sua representação simbólica deve ser ligada ao crime, corrupção, trapaça e mentira. Seu lado é o do mal, seu líder é o vilão. Pelo contrário, a salvação e o herói devem fazer alusão, mesmo que indireta, ao imaginário de direita. Tal lógica deve ser martelada por diversos meios, num ror de linguagens, tons e intensidades até se tornar um senso comum. Observe que foi exatamente assim que a esquerda brasileira satanizou os militares (e, por extensão, a polícia) perante a sociedade. Usemos o feitiço contra o feiticeiro.

    Com relação às pessoas do meio cultural que veiculam idéias de esquerda, deixemos claro nas redes sociais que há um custo em querer legitimar um ideário de promessas falsas, políticos corruptos e história horrorosa. Na verdade, isso já tem acontecido de forma natural.

    Em contraposição à arte e ao ensino decadente de esquerda (sempre repletos de aberrações e mentiras torpes) e dos seus expoentes, urge construir uma arte engajada de direita e uma coerente cosmovisão positiva, que inspire, motive e ajude as pessoas a viver. O esforço cultural será vitorioso ao criar e impor seus cânones de forma habilidosa, transformando em lixo a moldura artística que evoca crítica destrutiva, rebeldia babaca, vícios, doenças mentais e marginália.

   Assim, inverteremos a concepção gramscista de revolução socialista, ao convertermos para o lado do bem e da ordem as escolas (principalmente universidades), o meio artístico e o judiciário – junto com todo o Brasil. Aproveitemos a oportunidade dada por Deus para salvar o nosso País, pois a sorte é um cavalo selado que dificilmente passa duas vezes.

    Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!

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