Jornalista da Folha relativiza homicídio para defender aborto

É inacreditável, mas é verdade. O texto de Hélio Schwartsman na Folha de S. Paulo “Aborto, uma solução simples”, relativiza o homicídio, na prática, reduzindo-o ao mero interesse em evitar a “desorganização da sociedade”.

Ele quer com isso dizer que o argumento “Não concorda com o aborto, não aborte” seja “um dos melhores que existem”, na tentativa de justificar fala do novo presidente argentino. E para defender-se de refutações como: “é contra o assassinato, não mate as pessoas”, diz:

“Não estou tão seguro de que o procedimento possa ser equiparado a assassinato, mas admitamos que possa. A pergunta, então, passa a ser: por que nos opomos ao homicídio?” (grifo nosso)

E continua:

“Existem razões objetivas e subjetivas para sermos contra assassinatos. O destaque do primeiro tipo é que o homicídio desorganiza a sociedade. O exemplo clássico é o das rixas familiares, nas quais ofensas reais ou percebidas são cobradas em sangue, criando um clima de insegurança generalizada que compromete o funcionamento do grupo. Esse mecanismo não se aplica ao aborto.
Resta o plano subjetivo. (…)”

Ou seja, para ele o homicídio é condenável porque poderia desorganizar a sociedade, “criando um clima de insegurança que compromete o funcionamento do grupo”. Não poderia haver uma visão mais simplista e desumana, no sentido literal.

Quer dizer que, se eu quiser matar alguém e esse homicídio for, comprovadamente, incapaz de “desorganizar a sociedade” ou qualquer grupo, por exemplo, matando uma pessoa solteira, desempregada e que vive em um lugar isolado, esse ato seria aceitável? Seria um direito meu? Podemos adicionar que, caso eu não mate a pessoa, vou sofrer muito psicologicamente.

A (anti)ética utilitarista é o grande câncer na sua mentalidade. Ela tem por trás a premissa errônea de que algo é moralmente aceitável se trouxer “um bem” (com conceito subjetivo e relativista) para um bom número de pessoas. E esse “bem” para a “coletividade” é baseado em consensos, ou estudos, muitas vezes questionáveis e repletos de interesses, e na sua ideologia. Com essa fórmula maravilhosa de organizar o pensamento, é possível justificar qualquer atrocidade tal como foi feito no nazismo, bem como, foi feito pelo movimento eugenista de controle populacional nos Estados Unidos há aproximadamente um século, e deu origem a toda a indústria do aborto atual.

Não fosse pela foto do jornalista em sua coluna, eu imaginaria que o autor do texto tivesse no máximo 16 anos de idade, com todo o respeito aos jovens dessa idade que possam elaborar raciocínios bem melhores.

Esse argumento, na verdade, deve deixar muitos defensores da legalização do aborto realmente com vergonha e indignados. Eles sabem que esses argumentos devem ser evitados. É somente na presença de uma hegemonia do poder de abortistas que um argumento como esse não colocaria tudo a perder para legalizar o aborto. É por isso que foi o presidente argentino que falou essa besteira. Ele é presidente do país e está com a “faca e o queijo” na mão para legalizar o aborto. Melhor dizendo: com a cureta e a seringa na mão. Recomendo ao jornalista que leia mais os seus gurus da sua disbioética e melhore seus argumentos.

E ele traz ainda outros exemplos:

“Não gosta de pornografia? Não a consuma”, em seguida, faz o mesmo comparativo com uma música sertaneja que passa na TV, assim como, com a religião. A ideia de “Não gosta de religião, não tenha uma”, em tese, não tira os direitos de ninguém. Algo bem diferente do tema do aborto, assassinato ou pornografia. Sim, até na pornografia, enquanto você assiste, alimenta financeiramente a perversa indústria que inclui tráfico de menores, exploração sexual e abortos forçados. Nessa hora os direitos das mulheres e os direitos humanos são esquecidos pelos defensores do aborto, talvez muitos deles, frequentadores de sites que transmitem imagens de belas garotas, mas que sofrem exploração sexual e todo o tipo de violência por trás (e na frente) das câmeras. Ou você acha que as garotas que aparecem na sua tela vivem com os melhores direitos trabalhistas e todas estão ali porque adoram isso? Isso sem falar na conexão inegável entre a pornografia com a pedofilia.

Um parêntese:  Em 2015 em uma manifestação pró-aborto na Irlanda, entre os manifestantes, foi visto um homem que havia sido condenado em 2009 por ter 5.951 imagens pornográficas de crianças de 8 a 14 anos no computador. Leia a notícia da época (em inglês). Será que o argumento “Não quer ter fotos de crianças, não tenha” também poderia ser justificado de alguma forma nessa lógica torpe? Perceba a loucura do argumento!

E ele ainda finaliza o texto provocativamente dizendo que cristãos podem se contentar com a condenação eterna que os defensores do aborto terão no fim da vida, imaginando que cristãos desejam mesmo é o inferno para os pecadores.  O jornalista da “solução simples” precisa se atentar mais para a complexidade da realidade.

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