Economia será destruída se comércio fechar por mais de 30 dias, avalia presidente do Sindilojas

Para o presidente do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas), Paulo Kruse, a economia do país será destruída caso o comércio se mantenha fechado por mais de 30 dias. A declaração foi dada durante entrevista ao programa “Bom Dia”, da Rádio Guaíba, na manhã desta segunda-feira. Um decreto do prefeito Nelson Marchezan Jr. determinou o fechamento do comércio na Capital como medida de prevenção ao novo coronavírus. Além disso, a prefeitura vai interditar estabelecimentos que forem flagrados de portas abertas e não façam parte das exceções do texto.

“Se passarmos por um período superior há 30 dias, o que não acredito, isso vai destruir a economia. Hoje peço para ficar em casa, tenho 69 anos, passei por muita coisa. Não há solução sem bom senso e solidariedade. Eu tive que cancelar meus fornecedores, que cancelaram os seus, formando uma cadeia em que todos vão perder. Não é possível parar por mais de 30 dias, acho que os governadores vão entender. O Brasil é diferente dos outros, não devemos ter o cenário que outros países tiveram, como a Itália”, explica Kruse.

Conforme o presidente da entidade, o comércio da Capital gaúcha conta com 100 mil pessoas. Algumas empresas possuem capital de giro e dinheiro para pagar salários, outras não. Kruse destaca as linhas de crédito dos bancos no momento, mas reforça que sua convicçã: “em 30 dias, voltamos”.

Kruse salientou que o governo federal vai arcar com os salários dos empregados que ganham até R$ 1.813. Os demais poderão ter os vencimentos reduzidos e o empregador precisa oferecer cursos de aperfeiçoamento online.

“A medida provisória autoriza a suspensão do contrato de trabalho por quatro meses. A empresa precisa oferecer cursos online e manter o plano de saúde. Isso fica acima de acordos coletivos da lei trabalhista. Importante frisar que a negociação será necessária. Todos que têm empregados e quem trabalha em empresa precisam conversar. Não há necessidade de pânico. A conversa vai fazer com que as pessoas recebam parte do seu salário, uma ajuda compensatória mensal”, ressalta.

O presidente do Sindilojas destaca ainda as flexibilizações de contrato dos lojistas com shopping centers e de aluguéis como forma de lidar com o cenário atípico. Kruse ressalta que, quando a normalidade for retomada, as pessoas devem ter paciência, pois o cenário será muito diferente. No entanto, ”as empresas devem manter os empregos a qualquer custo”.


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