ESQUERDOPATA: PSOL divulga nota em solidariedade a um regime que oprime mulheres e enforca gays

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que só tem Liberdade no nome, divulgou uma nota contra o ataque dos Estados Unidos ao terrorista e líder das forças armadas do Irã, general Qasem Soleimani, em Bagdá no último dia 2.

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O regime iraniano adota uma postura extrema com histórico de atrocidades contra mulheres e homossexuais desde a revolução islâmica de 1979, que adotou a república islâmica teocrática sob o comando de um aiatolá.

No início dos anos 1980, as novas autoridades muçulmanas impuseram um código de vestimenta obrigatório que determinava o uso do hijab (véu islâmico) por todas as mulheres. O homossexualismo no país é punido com o enforcamento.

Confira a nota:

Poucos anos da história recente começaram com tanta apreensão internacional quanto 2020. Em pleno 3 de janeiro, uma série de mísseis estadunidenses atingiu o Aeroporto Internacional de Bagdá, provocando a morte de oito pessoas que acompanhavam o comboio do General Qasem Soleimani, alto hierarca das Forças Armadas do Irã. A demonstração de força dos EUA causou indignação em diversas partes do Oriente Médio, como atestam as multidões que saíram às ruas no funeral de Soleimani ou a resolução do Parlamento iraquiano que expulsa as tropas estadunidenses de seu país.

Embora desde o golpe de 1953 – no qual a CIA coordenou a derrubada do primeiro-ministro Mohammed Mossadegh – não seja mais uma novidade o assédio imperialista dos EUA ao Irã, essa mais recente operação terrorista do Departamento de Estado, combinada com os subsequentes tweets provocativos do presidente Donald Trump (“O Iraque nunca venceu uma guerra, porém nunca perdeu uma negociação”, por exemplo), corresponde a uma vil declaração de guerra contra a nação persa. Soa risível o argumento de “ataque preventivo” vindo justamente de uma potência que oferece todo respaldo a Arábia Saudita do sultão Bin Salman, célebre internacionalmente por mandar esquartejar um jornalista crítico a seu regime. Concretamente, o ataque ao aeroporto de Bagdá só serviu para agravar ainda mais as hostilidades na região.

Num contexto de decadência hegemônica dos EUA no tabuleiro geopolítico da região (vide os sucessivos fracassos militares de George W. Bush e Barack Obama no Afeganistão, Iraque e Síria) e a menos de 11 meses das eleições em que os cidadãos dos EUA avaliarão se Trump merece ou não mais quatro anos de mandato, o atual ocupante da Casa Branca busca visivelmente uma “guerra para chamar de sua”; uma guerra que ao mesmo tempo satisfaça a essência belicista do capital norte-americano e desequilibre a opinião da parcela indecisa do eleitorado norte-americano.

Frente a este quadro geral de contornos trágicos, desde o Brasil, o Partido Socialismo e Liberdade – PSOL não apenas repudia o terrorismo de Estado empreendido por Trump, como também rechaça a subserviência do Itamaraty aos EUA, expressão do reacionarismo racista e criminoso de Jair Bolsonaro e seu recorrente comportamento lesivo aos interesses nacionais.

O PSOL é um partido que não abre mão do princípio de autodeterminação dos povos e, por isso, saúda com entusiasmo a decisão soberana do Iraque em expulsar as tropas invasoras dos EUA, medida que precisa ser saudada e replicada em diversas localidades do planeta. Nos colocando ao lado das organizações internacionais que se mobilizam contra a deflagração de mais uma guerra bárbara e inútil, enxergamos também como exemplares as ações massivas de rua pela paz mundial, como as realizadas em mais de 70 cidades dos EUA neste final de semana.

ABAIXO A INTERVENÇÃO IMPERIALISTA NO ORIENTE MÉDIO!

NÃO À GUERRA ENTRE OS POVOS!

Executiva Nacional do PSOL

07 de janeiro de 2020

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